papel e uma caneta vacilante
certa dosagem de melancolia
a fotografia de um instante:
assim nasce minha poesia
pra uns, o estandarte da agonia
para outros é dor lancinante
pra mim se afigura à fantasia
um sonho de viagem delirante
talvez porque ouvi poeta descrente
chamar avant garde de melancolia
foi adubo (ironia) pra lira latente
brotar de minha noviça ousadia
que no fim, dispensa ode ou elegia
e é minha desde que seja errante
o retrato, na verdade é da alegria
escondida num coração infante